sexta-feira, 15 de julho de 2011

Inverno?

Toda vez que penso na mitologia germânica uma sensação me perpassa a alma:
não fôra por esse substrato cultural a segundona talvez nem tivesse acontecido.

Todos os filmes, os documentários, qualquer matéria que  mostra batalhas ou estratégias e armas e remédios, desenvolvidos por causa da segunda guerra, não me fazem  pensar no argumento pró guerra que frequentemente é esgrimido: progresso!

Eu penso em retrocesso, ou mais ou menos isso porque
a lógica subjacente da mitologia viking é o eterno retorno.

Não importa o que viva em cada dia, sejam quais sejam as aventuras neste vale de lágrimas ou no mais alto galho da Ygdrasil, o pagão vai voltar pro mesmo lugar e viver tudo de novo tim tim por tim tim.
Os deuses lá deles também!

Quando tudo acabar e não restar pedra sobre pedra,
o recomeço já estará se processando e vai evoluir até o amargo fim,
de novo e de novo, ao longo das eras.

É um conceito complicado prá  quem aprendeu a pensar em
céu, inferno, purgatório, karma, pecado,
culpa e castigo, virtude e recompensa,
ou seja, na expectativa de mudança logo alí na esquina,
na busca da felicidade a qualquer preço,
a crer que tudo vai dar pé, que na próxima será melhor,
cujos deuses tem obrigação de melhorar a existencia dos viventes,
que ser batizado é necessário e imprescindível pra alguem ter  livre arbítrio...

Como compreender um povo que se define por estar
abençoado ou condenado
à mesma  trama num círculo eterno?

Se não houvesse nos recônditos da alma do Führer
(fruto do incosciente coletivo ?),
a certeza de que ele fazia parte desse panteão fatalista,
distinto do resto da humanidade, por se acreditar determinado
a  reviver exatamente o mesmo roteiro com seus diálogos e coreografia,
a cada volta do planetinha azul,
será que o desrespeito demonstrado pra  todas as demais nacionalidades teria sido possível?

O mais estranho é que a mitologia nórdica é pela vida, não se faz na submissão aos deuses,
mas pelos rituais determinantes do cotidiano.
É eminentemente prática.

Sua  compreensão  tornava possível a resolução de problemas imediatos:
a lavoura, a fecundação, o nascimento e não propunha elocubrações metafísicas
geradoras de desesperança e dubiedades. 
        
                             
                               
                                                      Foi assim...           então inté jacaré!

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3 comentários:

  1. Olá Isa Alecrim,
    e de acordo com o próprio Freud, era uma época de caça às bruxas em que se queimavam os livros e não os autores.

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  2. Ol´Isa Alecrim.
    faltou completar com o seu felizmente.

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Olá, deixe seu recado para mim :o) Um beijo, Maliu