A cada post eu evito falar do que vi, vivi, pensei, presenciei.
Fico mais confortável falando dos mitos, ou das teorias que acato ou nego e até proponho conceituações...
Penso que minhas experiências não são do interêsse de ninguém além de chatearem solenemente os circunstantes.
Vez que outra um episódio inusitado impõe-se e não consigo evitar de escrevê-lo. Como o blog tem sido meu veículo eu acabo publicando.
Não é de propósito embora não seja por impulso.O logos se declara. Não como uma epifania mas como uma definição.
Percebo hoje que nós precisamos contar de nós mesmos, quando já provectos, porque queremos que haja testemunhos da nossa existência.
Que outros possam afirmar, por mais algum tempo, depois da nossa morte, que vivemos, fizemos coisas (algumas até interessantes), que rimos de nós mesmos, que nos emocionamos, que fomos mais ou menos iguais a todos e em certa medida únicos.
Desejamos ser reconhecidos mesmo quando ausentes, porque não haverá nada que certifique que tivemos nossa vida. Que uma vez, no passado, estivemos aqui e construímos um ninho e deixamos alguns feitos.
As marcas que fui deixando, já estão por aí e minha assinatura deve ser indelével.
Não se trata de sermos lembrados mas de pertencer ainda e nessa medida permanecer.
Constato que exatamente como foi na adolescência preciso me espelhar para ver como sou vista e como gostaria que me vissem.
Só que agora não é no outro que busco meu reflexo mas em mim mesma.
Contraponho minha imagem à figura de quem sou.
vc é linda, engraçada, um ser humano maravilhoso, querida, com muito, muito conhecimento sem nunca ser arrogante e se achar mais do que os outros.
ResponderExcluirBjo, escreva sobre o que quiser, é sempre bom.
(e ainda nao li o outro post, mas nao perdi a esperança...)
Olá Isa Alecrim,
ResponderExcluirEu leio o essaqueeeça mas não sei como palpitar.queque são aqueles sinais? comé queu vou me exibir mostrando ler seu texto alegre e sofisticado?
obrigada por ter sempre uma palavra de amor prá me encantar.
Reinvenção
ResponderExcluirA vida só é possível
reinventada.
Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo... - mais nada.
Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.
Não te encontro, não te alcanço...
Só - no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só - na treva,
fico: recebida e dada.
Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Cecília Meireles
Olá Martha querida,
ResponderExcluirObrigada pelo presentão. Cecília Meireles é que nem ganhar uma jóia. e cê mandou um poema muito apropriado beijinhos e carinhos sem ter fim.
Quintana again:
ResponderExcluirDa primeira vez em que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois, de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
E hoje, dos meus cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
Arde um toco de vela amarelada...
Como o único bem que me ficou!
Vinde, corvos, chacais, ladrões da estrada!
Ah! Desta mão, avaramente adunca,
Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do Horror! Voejai!
Que luz, trêmula e triste como um ai,
A luz do morto não se apaga nunca!
olá Silvaninha bela dos Pampas
ResponderExcluirMeu bem que coisa boa ler Quintana 'vers' Silvana.
bonitíssimo. obrigada.