sexta-feira, 1 de julho de 2011

De gustibus et coloribus non est disputandum



Eu não gosto do Apolo.
Ele não era tão nobre como quer parecer, nem tão sábio.Não era o esteta superior que dizem.

Ensinou-nos o bom e sábio Nietzche, a espelhar Apolo em Dionisos.

Ao fazer isso, para mim, o do vinho sai da pareação com muitos pontos de vantagem.

Dionisos era lindo, era parceiro dos homens, era alegre, gostava de farrear e de amigos à sua volta.
Se suas seguidoras, num  momento adiantado do seu culto, tornaram-se más, destrutivas e assassinas,
isso não se devia ao culto de Dionisos por ele mesmo e à custa da embriaguez do vinho, como se atribuiu sempre.
É que elas ficavam doidonas por comerem um cogumelo alucinógeno, de acordo com a pesquisa do ilustre Robert Graves.  O entusiasmo, típico - e originado - dos bacanais, significava  ser tomado pelo deus 
e não a loucura desmedida e criminosa, a qual se viu nos bacanais tardios do Império Romano.

O da lira usou a lira do Hermes, não a inventou e aliás foi num péssimo negócio que ele a conseguiu.
Conseguiu a flauta de Pã num outro negócio de grego com o Hermes.

Perdeu uma competição musical e mandou esfolar o oponente vencedor,  o sátiro Márcias, enquanto este ainda vivia e pregou a pele dele numa árvore.
O rio Márcias ainda está lá pra comprovar o mau perdedor que Apolo era.

Perseguiu determinado, a ninfa Dafne que não quis saber dele, até que ela foi tranformada em loureiro pra escapar do assédio. Ficou com remorso? sentiu pena dela? Nada! tomou para si a árvore, para fazer com seus ramos, a coroa dos vencedores em concursos.

Tinha uma princesa chamada Corônis que era noiva e apaixonada, já pra casar e tudo, mas o Apolo quis porque quis a moça e se deitou com ela. Foi assim que nasceu Asclépio, o deus da medicina.
Só que durante a gravidez a Corônis andou se encontrando com o noivo, Ísquis.
Um corvo branquinho como espuma, contou pro Apolo que muito patife ,
mandou a irmã Ártemis, a caçadora, dar cabo da Corônis a flechadas.
Nem pra  executar as próprias covardias ele era honesto, esse tal deus das artes.

Ainda chamuscou a plumagem do corvo, que transmitiu à sua espécie o seu sortilégio, tornando-se os corvos pretinhos como carvão.

Uma ninfa, a Dríope, estava com umas amigas pastoreando despreocupada quando Apolo finge ser uma tartaruga, adormece a bela enquanto ela brinca com a cascuda e ao fim de nove meses nasceu-lhe Anfisso,
que é um deus arquiteto.

Parece que os feitos dos filhos foram referência para o pai.

Quando se apaixonou pelo Jacinto, lindo mancebo que despertava paixões avassaladoras, pra não sofrer comparações com outro pretendente, o poeta Tamiris, ele faz uma intriga com as musas e estas privam o poeta da voz impedindo-o de cantar o Jacinto.
Quando Apolo está na jogada não tem pra ninguém! Usando dessas patranhas, não tem mesmo!

Havia ainda as nove musas, cada uma com sua especialidade, inpiradoras de todas as artes e ciências
e que eram suas meio irmãs por parte de Zeus (e quem não era?)
elas também servem de referência ao Apolo Febo.

Ele era o luminoso. Lúcifer também não era?
Como Lúcifer ele também é expulso dos céus. Só retorna pela interveniência da Géia, a mãe dele.

Claro que o Apolo teve seguidores muito fieis e que ele é aclamado como um deus solar enquanto Dionisos é visto como um deus noturno, soturno...

Eu não sou senão uma modestíssima mitófila...mas experimento cá umas controvérsias...
       
                                       foi assim!                       então inté jacaré...

8 comentários:

  1. Foiu bom descobrir que apolo não presta e bem que sempre achei Dionísio mais engraçado. eheheheh
    Agora fiquei curioso no Anfisso. Será porquê? ;c)

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  2. Olá Mon Dolphin,
    Eu vou buscar Anfisso em toda e qualquer citação procê. beijocas

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  3. Olá Sivaninha dos Pampas
    que bom!eu,por meu turno, amo muito você.

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  4. Que os Dionísios nunca nos faltem :)
    Bjo

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  5. Olá Isa Alecrim,
    E nos abençoem e não nos desmparem. Evoé, qerida.

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  6. Minha amiga de sempre, não sei em canto disso que se chama blog você falou das suas avõs. E você teve a ventura de conhecer as duas. Não bastasse isso, as duas italianas ! Uma bem do norte, creio que dos lados de Trento e das Dolomitas. Da outra não verifiquei indicação da "regione", mas mesmo com uma só já deu para ir até a Austria e voltar correndinho para me imaginar saboreando os deliciosos vinhos da belissima Italia . Baci e abbracci.
    Cê (de Celide)

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  7. Celide, meu bem
    Eu fiquei tão animada quando li seu comentário que nem me dei conta que ele ficou sem resposta.
    Cê sabe de mim quase tanto quanto eu mesma(já lá se vão 60 anos)mas preciso registra que entre as coisas ditas pelas minhas mulhers tambe me marcarma coisas ditas por você.Obrigadapor ser tâo querida amiga.

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Olá, deixe seu recado para mim :o) Um beijo, Maliu