quinta-feira, 26 de maio de 2011

Tragos

Eu gosto do Dionisos.

Tem mitólogos que afirmam que Dio Niso significa deus manco(niso)
por ter Zeus mancado ao carregar Dionisos na propria coxa
para completar o período de gestação.

Vê que esse negócio de mãe de aluguel é antigo à beça, pois não?


Originalmente ele foi um deus agrícola sem pós graduaçâo .

Quando os gregos resolveram unificar as cidades - estado,

pasteurizaram as devoções professadas nas diferentes regiões gregas

às veperas de fundar na Hélade

               o mundo helênico.


Dionisos perdeu seu lugar central no panteão,

passando para o segundo escalão.

Só que daí ele era especializado em vinhas, vinhos, e

era o mais festeiro dos deuses.

Como quem foi rei nunca perde a majestade,

Dionisos continuou  exercendo grande influência em algumas regiões da  Grécia.

Quando foi adotado pelos romanos

os cortejos de outono, honrando Baco,

eram dignos da Beija Flor na era Joãosinho Trinta
.
(Eu sei, tô obsoleta. É que desde aquele tempo minha paciência pro carnaval acabou.).


No começo os bacanais (festivais, per bacco!: vários dias de festejo)

eram simples:

por ocasião das primeiras colheitas

os campônios faziam oferendas.

Eram cestos com verduras e frutas,

espigas de trigo e cevada,  


e claro!

a grande encenação contando histórias do Dionisos:

sua passagem pelas diferentes regiões da terra

ensinando a moçada a cuidar das vinhas,

obter maior produtividade nos vinhedos,

pisotear direitinho as uvas,

respeitar o tempo de fermentação,

a mistura certa com pinhas,

fazer fogueirinhas na vindima quando nevava

conservar o vinho...

Essa coisa de ferver o vinho veio depois do Pasteur?
(é o que imagino mas quem souber por favor ensine a tontona aqui)

Em todo o tempo tinha as arengas dionisíacas (ou báquicas)

com moçoilas e amigos e inimigos e...

Naturalmente tudo isso dava ótimos enredos para as tragédias.


Cada poesia para ser encenada tinha que ser original e

o poeta devia levar o poema de memória.

O ditirambo era  o tipo de música

que o coro cantava acompanhando a narrativa,

era específicamente do Dionisos.

também as máscaras que hoje simbolizam o teatro

são báquicas: eram de alegria, de tristeza e satíricas

O que eu acho mais legal é que

              tragédia

 é derivada de tragos

o bode branco,  bem branquinho

com que se presenteava a cada ano

o poeta vencedor do bacanal.

                          


.                                   Evoé...               então inté jacaré.

8 comentários:

  1. huahuahua, adorei que sua paciência pro carnaval tenha acabado "naquele tempo" :D
    Bjo

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  2. olá Isa Alecrim

    Qaundo o Pedrão com 13 anos começou a cantar samba enrêdo eu me dei conta que o Stanislau
    Ponte Preta tava certíssimo chamando os temas das escolas de samba da criolo doido.

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  3. olá Alecrim,
    os sambas do Pedro eram de sua própria lavra e cabiam certinho nas evoluções com os "I aí?' "diiiz" "eu digo' "ou ou ou"... com frazes que não se completavam e citações históricas e literárias total absurdantes.

    fica na boa jacaroa

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  4. Tragédia é mesmo quando da' bode... beijo, aliki

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  5. Aliki Tão longe...

    Ninguém diria melhor.Cê achou a raiz dessa expressão.
    Evoé!!!

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  6. O que seria dessa minha turbulenta vida sem os escritos dessa bendita blogosfera! Ditirambo, né? Vou buscar mais sobre isso.. Beijo, Sherazade!

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  7. Rainha minha
    Pois não é? marca o ritmo só pra dizer o nome.
    Evoé...(que também é um cumprimento espec´fico dos dionisíacos.)

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Olá, deixe seu recado para mim :o) Um beijo, Maliu