Penso que a gente gosta tanto do Proust,
porque os livros dele contam coisas com jeito de conversa de botequim.
Dá a impressão de que é um amigo que se alongou por um tempo,
marcou um encontro de matar saudades pra falar dos ocorridos enquanto ele estava distante.
James Joyce faz isso com discurso mais cáustico, contundente, ofensivo.
É aquele amigo de quem as pessoas dizem "Não se chateia, não, ele é assim mesmo."
E você não se chateia porque ele conta aquelas coisas, dele lá, com uma tremenda verve,
com tantas cores e generosidade tão minudente,
que você acaba por respeitar seu azedume.
William Faukner faz isso também e
conta o cotidiano de uma época, de um lugar,
de determinadas pessoas, com tal definição de cores e perfumes que
parece a conversa ao telefone com um velho amigo bem falante.
Machado de Assiz aprofunda,
não é no olhar das coisas comuns, na entonação, nas pausas que você
depreende as emoções e sentimentos dos personagens,
ele faz você mergulhar na dor, na dúvida, no medo, na agonia...
Mas quem eu acho muito injustiçado é José de Alencar,
embora seus romances sejam mais ligeiros,
ele tem a qualidade de descrever uma época
com tais requintes de detalhes,
que colocam quem lê no cerne da narrativa,
vestindo aquelas roupas, andando por aquelas alamedas,
carregando aquelas sensações que distanciam você da pessoa que você é hoje,
fazendo de você alguém que vive naquele lugar,
naquela época, sendo parte daquela história.
Isso faz o cronista: mostra a realidade através das lentes do seu olhar.
É assim que permite ao comum dos mortais
participar de uma vida que não é a sua.
O cronista também faz histórias compridas. Romances. Novelas.
A sua visão, a sua linguagem, faz da narrativa uma conversa entre amigos.
então inté jacaré...
Testando!
ResponderExcluirLiga pra gente para avisar se chegou.
Bj
Pat
Ai, Maliu, eu tou apaixonadinha por você. Que verve!
ResponderExcluirOlá Ana Paula Ruiva Nálma
ResponderExcluirTá vendo que coisa mais louca , cheguei em SP e seu recadinho tava m´esperando.Beijinhos e carinhos sem ter fim.