Muito, muito,antigamente a fogueira tinha a função de iluminar, de aquecer e de afastar as feras
e de juntar os moradores de um certo lugar á sua volta pra ouvir coisas já passadas, a saga dos deuses, as epopéias heróicas...
Naquele tempo não tinha palitos de fósforo, nem isqueiro bic, nem fogão com acendimento automático.
Desenvolveram-se tecnicas para deixar o braseiro encoberto, com cinzas e terra, de forma tal que quando precisavam acender a fogueira a tarefa ficava simples.
As tradições eram transmitidas através das conversas dos velhos da tribo, á noite,
sentados à roda, aquecendo-se ao fogo,
ombros e pernas encostados nos vizinhos assentados ou acocorados, catando piolho.
A luz bruxuleante iluminava mal a aldeia e as faces
tanto do narrador quanto dos ouvintes,
tornando tudo mais intenso, mais real, mais próximo.
Ao longo do tempo continuamos contando histórias, quase sempre à noite.
Com esse fim inventamos o teatro, as canções, as danças, a escrita.
Com o livro as descrições passaram a ser de um contador de casos, para um indivíduo por vez,
gerando um caráter de mistério só permitido pros iniciados, não fomentando o espírito gregário.
Aí retornamos prá fogueira.
Tivemos o rádio, em torno do qual se juntava a família e talvez algum agregado.
O cinema voltou a juntar os nativos em torno de um foco central
com os assistentes no escuro, recebendo uma história,
ombros se tocando, eventuamente pernas se tocando.
Não sei dos piolhos, mas antes dos inseticidas modernos, partilávamos pulgas cinematográficas, sim senhores !
A televisão, principalmente ela, também juntou o grupo em torno de um contador de lendas...
São comportamentos atávicos:a horda reunida, dividindo calor, assegurando-se proteção,
mantendo o grupo coeso, inteirando-se da sua história.
O computador, tal como o livro fez um dia,
isola o sujeito que recebe a narrativa
e exige uma linguagem específica, captada somente pelos os iniciados.
então inté jacaré...
A Apple entao, né Maliu, reflete + do que nunca esse individualismo, so' que muito postiçamente com Ipod, Ipad, Iphone, I applicaçoes... esse I/ "ai" de Informatica misturando-se ao I/"ai" de eu/ego... E a tribo dançou, por enquanto... ou se desconstroi em mega "comunidades" como Facebook?
ResponderExcluirAh Maliu, ja que vc perguntou, eu que estou longe, adoraria mitos macunaimicos... Mas no fundo, faço gosto em qualquer historia bem contada... Filakia, aliki
Olá Aliki de longe,
ResponderExcluirC~e sacou mito leal esse lance do "I".
ai, ai, ai, canta e no llores.... cê pega pesado né? MACUNAÍMA? só cê ajudando... vou tentar.Beijinhos e carinhos sem ter fim...
Amei. Lembra da cena do Náufrago em que ele faz a fogueira? Acho linda, o fogo é algo fascinante mesmo. Aqui no RS nós temos o fogo de chão, que também reúne as pessoas pra um chimarrão e também pra assar um churrasco e contar "causos".
ResponderExcluirBeijos...
Olá Sivana queridinha,
ResponderExcluirO psicólogo Pedro Vitiello me ensinou, faz um tempo, que são os homens ficam nas churrasqueiras porque era responsabilidade deles caçar e lidar com a caça. Faz sentido, né não? Parece que toda vez que a oportunidade se apresenta,retomamos comportamentos básicos...e dá- Darwin... Beijinhos e carinhos sem ter fim...
Danado esse tal de Pedro Vitiello...
ResponderExcluir:O)
O fogo é Dente e Estomago que facilita a digestão. ele são as presas, que causam mais dano que qualquer miordida de leão, a luz que qualquer predador deveria ter para enxergar melhor de noite. E tudo transmitido pela unica ação realmente lamarckista da natureza, a cultura humana. De pai para filho, geração a geração, nos fazendo mais capazes que girafas, tigres, lobos, ursos ou águias, em menos tempo.
Darwim, na prática, foi perfeito. Mas Lamarck deu um bom chute, no geral, vamos ser sinceros.
Olá Nônimo,
ResponderExcluirÉ a teoria do Lamarck resgatada hoje considerando a transformação cultural imediata de uma geração para a seguinte é uma das grandes sacadas que aprendi com o Sr Pedro Vitiello também. Acho que o grande traço de distinção entre os humanos e os demais mamíferos é esta incrível competência adaptativa. Beijinhos e carinhos sem ter fim...