Eu não fiz um bom trabalho.
Os deuses sabem que eu tentei, eu me empenhei mesmo.
Eu queria que eles fossem felizes, conscientes, realizadores, amados e amantes em todas as possibilidades que se apresentassem; dos romances às revoluções, sob as probabilidades estatísticas favoráveis.
Queria que eles vissem o mundo, não com os olhos particulares de um momento, de um episódio, de um indivíduo, por mais inspiradores que fossem o objeto ou o sujeito...
Eu os queria capazes de alcançar o universal, o infinito, o imemorial...
Eu os queria fortes e ousados.
Que chegassem às camadas mais profundas da escavação. Ao princípio de tudo. Ao amanhecer.
Ao inaugural.
Eu não lhes dei o sentido. Esse, eram eles que deviam buscar.
Eu não lhes dei as conclusões. Eram as questões que deviam imperar.
Eu não lhes dei a coragem. Já me havia acovardado e eles seguiram meu exemplo.
Funesto modelo que fui.
Foi lhes oferecido um retiro macio e morno.
Eles não deixaram seu conforto pra olhar o mundo.
Talvez tivessem achado significado, buscado respostas, razões pra luta.
Talvez se tivessem posto de pé.
Talvez constituissem seus símbolos
Quem sabe no fundo, no fundo, lá no fundo tivessem encontrado meu olhar
e não se vissem nele, mas vislumbrassem um lugar possível,
um desejo genuíno, uma razão legítima.
Eu lhes peço perdão. Não lhes ensinei o caminho das pedras.
Não lhes decodifiquei o mapa da mina.
Não lhes indiquei uma vereda pra encontrar o templo.
Não lhes confiei ritos para conservar.
Não lhes ensinei as mezinhas, não benzi suas cabeças, não honrei meus pais.
Até já...
afe, que soco no coração de quem é mãe.
ResponderExcluirOlá Eloisa, gentil querida
ResponderExcluire de quem é profesor, e de quem é adulto num pais ainda de jovens, e de quem é mero expectador, agora retirado...
Cê vê que professor com um só 's' explica muita coisa né?
ResponderExcluirNada, enquanto mãe foi impecável (modéeestia!).
ResponderExcluirEnsinou a criticar quando ninguém mais critica.
A aceitar quando ninguém mais aceita.
A falar quando todos se calam.
E a se calar e ouvir, quando todos os outros só falam.
Beijos
Oh meu bem,
ResponderExcluirObrigada, obrigada, obrigada.
Chegar nesta altura do campeonato ouvindo isso é mais do que láurea, é mais do que pódio, é mais do que coroa de miss...
Ai, quanta decepção nesse coração. Pra cima professora, preciso continuar a ler seus contos sobre mitos, eu adoro, já pra lá chateação, xô mau humor, e arriba escrever. rsrsrssr. Beijinhos, querida amiga. Ro
ResponderExcluirOlá Rô amiguinha, amigona...
ResponderExcluirVê que preciso de você pra tornar meu dia mais alegre. "sai pra lá tristeza"
eu amei esse mea culpa... pura poesia... me lembrou "aos nossos filhos", do ivan lins...
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=jWWOMrrtNfw