Eu trabalhava muitíssimo nesse tempo,
durante o dia numa clínica, algumas noites noutra
e ainda dava plantão numa maternidade nos finais de semana.
Ah! e traduzia uns folders pra uma fábrica
e era a redatora de trabalhos e pesquisas de uma faculdade.
Uma tarde resolvemos gazetear:
Fal, que nesse tempo era Fabia,
Pedrão que era Pedrão mesmo
e Stra, que sempre foi Marcelo Estraviz
(mas ele era da galera; chegou perto a gente apelida)
fomos pro cinema Gazeta,
nome apropriadíssimo considerando o que estávamos fazendo naquela tarde.
Era um programa que eu podia bancar pra mim e pra garotada.
Fomos assistir à "A História Sem Fim".
Começando pelo começo,
o autor se chama Michael Ende, claro que tem que aparecer um "fim" no que ele escreve...
Eu levava alguma felicidade de pacotinho: bala de goma, Bis, uva passa...
Distribuí pra minha turminha o que eles preferiam, e o filme começou.
.
As crianças ficaram caladíssimas mesmo quando perdiam algum lance,
isso não era de estranhar, eles estavam acostumados a assistir de um tudo,
de concertos eruditos a pastelão de circo e a respeitar, mesmo que não apreciassem o espetáculo.
Quando acabou o filme eles tinham tantas perguntas...
Era um tempo em que eu já estava muito pobre e era preciso fazer os programas renderem bastante.
Eu não tinha como oferecer muitos prazeres pros meus filhos.
Entramos numa lanchonete, pedi refri prá todo mundo.
Chegou a noite e ainda estávamos convesando sobre o filme,
encontrando nele a teoria Junguiana que eu fui capaz de sacar,
eu explicando pra meninada o que queria dizer tal cena,
uma certa fala, ou aquela imagem...
Eu estava com a corda toda porque eles estavam se divertindo!
A Susan Sontag que me perdoe mas
interpretação é uma das grandes alegrias mentais de que podemos desfrutar
Tendo em vista que, como diz Caymi, o tempo muda e o vento virou,
os circunstantes desse episódio me pediram pra fazer o mesmo exercício interpretativo 'tra veis.
Estou convidando.
Quem quiser que participe, mas vai ter que ler o livro (e ver o filme, se encontrar)
Até já!
espere por mim faisfavô. ja pedi o livro emprestado ao nucleo rico da novela e tudo... :) bjo
ResponderExcluirOlá Isalecrim,
ResponderExcluirVocê já está com lugar reservado no gargarejo.
Foio um dos melhores filmes que assisti contigo.
ResponderExcluirE um dos PIORES (a gente saiu no meio foi "História sem fim 2".
Beijos
Pedrão
Olá Pedrão coração de leão,
ResponderExcluirPois foi! O "A Hist´ria Sem Fim II" está muito bom. Aquele que nós deixamos no meio foi uma outra fantasia qualquer de algum cineasta vivaldino que se valeu do nome do Michael Ende,
do sucesso do 1°, que foi filmado até o meio do livro e da tontice dos incautos como nós!
Falo do filme que foi feito por americanos, em cima do original, com outros atores e uma historia que n~çao tinha nada a ver com o livro ou filmes originais.
ResponderExcluirAtreil virou um indio apache a lá Peter Pan, parecendo até um Ouroboros capitalista se devorando ao infinito. Aquele foi ruim de doer.
Beijos