Eu adoro, choro todas as vezes que vejo ou ouço,
sinto na flor da minha pele,
e nesse clip em que o Chico Buarque, num close,
bota no fundo da alma da gente, aquellos ojos verdes, translúcidos, serenos...
eram, ele e o Milton Nascimento tão jovens!
Mas por que não mostraram o músico que sopra aquele solo tão pungente?
Vai lá! Http://www.youtube.com/watch?v=Fy8LsPjONw8&feature=related
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Crise IV
Mnemosine, está desenvolvendo um tão bom treinamento de leitura dinâmica e memorização que tem recuperado inclusive pacientes com Alzheimer.
Apolo tem feito avaliações para museus e galerias e é o leiloeiro oficial da Sothebis mas os marchands estão um pouco fartos dele. Ele é muito snob.
Adonis, que está de maneco exclusivo do Armani, está sendo sondado pelo setor de cuecas da Calvin Klein.
Jasão é armador grego, fazendo iates maravilhosos, lanchas velozes que só!
Gasta seu tempo numas gincanas divertidas, com os rapazes da turma,
procurando tosões de ouro na Ilha de Caras.
Vai fazer um casamento de conveniência
com uma princesa que trabalha pra uma editora famosa...
Dizem que a Medéia Callas, que estava com ele até outro dia, está bravíssima,
jurando vingança.
até já!
Apolo tem feito avaliações para museus e galerias e é o leiloeiro oficial da Sothebis mas os marchands estão um pouco fartos dele. Ele é muito snob.
Adonis, que está de maneco exclusivo do Armani, está sendo sondado pelo setor de cuecas da Calvin Klein.
Jasão é armador grego, fazendo iates maravilhosos, lanchas velozes que só!
Gasta seu tempo numas gincanas divertidas, com os rapazes da turma,
procurando tosões de ouro na Ilha de Caras.
Vai fazer um casamento de conveniência
com uma princesa que trabalha pra uma editora famosa...
Dizem que a Medéia Callas, que estava com ele até outro dia, está bravíssima,
jurando vingança.
até já!
terça-feira, 22 de novembro de 2011
crise III
A Esfinge tem uma reconhecida firma de montar provas para
concursos públicos, vestibulares, exame da Ordem...
e faz dinâmicas para preenchimento de altos cargos em empresas de grande porte.
Quem passa nos seus testes dificílimos, está feito na vida!
Aegle, Vésper, Arethusa, são designers de jóias e logotipos.
Seu símbolo mais expressivo, a maçã de ouro,
virou "logo" da marca de alta tecnologia das mais importantes do planeta.
Têm usado o Jardim das Espérides como espaço, muito elitista,
pra exposição de arte de vanguarda.
Continuo a postos, qualquer novidade informo a vocês.
Até já!
concursos públicos, vestibulares, exame da Ordem...
e faz dinâmicas para preenchimento de altos cargos em empresas de grande porte.
Quem passa nos seus testes dificílimos, está feito na vida!
Aegle, Vésper, Arethusa, são designers de jóias e logotipos.
Seu símbolo mais expressivo, a maçã de ouro,
virou "logo" da marca de alta tecnologia das mais importantes do planeta.
Têm usado o Jardim das Espérides como espaço, muito elitista,
pra exposição de arte de vanguarda.
Continuo a postos, qualquer novidade informo a vocês.
Até já!
Crise II
Fui alertada pelos meus correspondentes
de que a Medusa montou uma "estetica"
bem perto da Placa; um lugar da moda ali na Grecia;
e deixa todo mundo com cara de estátua.
Ela oferece ainda tratamentos que dão vida aos cabelos.
Está montando sucursais nos melhores SPAS clínicas e consultórios
de cirurgiões plásticos pelo mundo
com a tecnologia , o intrumental e procedimentos que adquiriu na Venezuela.
Dizem meus correspondentes ,
que quem está amasiado com o general é o Ares.
Ele publicou mesmo o livro,
e o casal vende sim o know-how de guerra pra quem pagar bem
e por conta dessa atividade eles tem informação privilegiada
na compra e venda de ações desde material bélico até botões de elevadores...
A Athená vive mesmo é de exportar azeitonas: maduras, polpudas e macias.
Claro que ela emprega albaneses e poloneses na pior, pra colheita.
E o Minotauro estrelou dois filmes.
Chamaram Hellboy alguma coisa.
Parece que foi sucesso de bilheteria e ele ganha royalties da distribuidora,
que os inseriu na programação de TV por assinatura
Zeus achou um filão importantíssimo na utilização de seus raios
na conversão de eletricidade limpa e barata. Isso já está resolvido.
Seus acessores estão tendo dificuldade em desenvolver uma embalagem que não mate o remetente, o emissário, e o freguês.
Foi quase assim... Até já!
de que a Medusa montou uma "estetica"
bem perto da Placa; um lugar da moda ali na Grecia;
e deixa todo mundo com cara de estátua.
Ela oferece ainda tratamentos que dão vida aos cabelos.
Está montando sucursais nos melhores SPAS clínicas e consultórios
de cirurgiões plásticos pelo mundo
com a tecnologia , o intrumental e procedimentos que adquiriu na Venezuela.
Dizem meus correspondentes ,
que quem está amasiado com o general é o Ares.
Ele publicou mesmo o livro,
e o casal vende sim o know-how de guerra pra quem pagar bem
e por conta dessa atividade eles tem informação privilegiada
na compra e venda de ações desde material bélico até botões de elevadores...
A Athená vive mesmo é de exportar azeitonas: maduras, polpudas e macias.
Claro que ela emprega albaneses e poloneses na pior, pra colheita.
E o Minotauro estrelou dois filmes.
Chamaram Hellboy alguma coisa.
Parece que foi sucesso de bilheteria e ele ganha royalties da distribuidora,
que os inseriu na programação de TV por assinatura
Zeus achou um filão importantíssimo na utilização de seus raios
na conversão de eletricidade limpa e barata. Isso já está resolvido.
Seus acessores estão tendo dificuldade em desenvolver uma embalagem que não mate o remetente, o emissário, e o freguês.
Foi quase assim... Até já!
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Crise na Grécia I
Está singrando pela internet
a revelação das consequências da crise financeira
pela qual a Grécia está passando.
Algumas pessoas queridas me pediram pra dar a minha abalizada versão dos fatos.
Lá vai:
Perseu montou uma firma de segurança com Belerofonte.Cuidam só de celebridades.
Hefesto tá usando umas alavancas na perna pra deixar de mancar,
vende jóias pelo leilão da TV, junto com Hades que vende suas esculturas
em tamanho natural, da sua representativa fase "Quem mandou olhar pra tras?"
Os dois têm ainda um negócio não muito lícito, de contrabando de armas brancas
e convenceram Penélope e Procne a vender pela mídia televisiva, suas tapeçarias.
Zeus com problemas de manutenção do Olimpo,
montou alí um "sujinho" em sociedade com Hebe e Ganimedes,
que exigiram que fosse porquilo pra não servirem as mesas.
e já estão franqueando a marca, que pega pela ironia.
Hermes tem franquias de Fedex, Sedex e similares,
uma transportadora de carga internacinal com aviões próprios
e com containeres em navios e tudo.
Aquiles não via resolvido seu trauma do calcanhar,
Atlas que morria de dores nas costas,
Prometeu por causa do fígado
e Tirésias que precisava de córneas
juntaram-se a Asclépio e meteram um processo milionário no seguro saúde.
Vivem de renda, velejando pelo Egeu.
Hipócrates é chefe de pesquisa de medicamentos da Shering.
Hércules perdeu seus doze trabalhos e com Teseu montou academias de ginástica treinando levantadores de peso para competições internacionais. Seus pupilos vencem todas.
Démeter está trabalhando pra Monsanto em pesquisa de transgênicos.
Perséfone montou um inferninho no Hades que tá bombando.
A Nestlé somou aos seus congelados um ragú
e paga uma grana alta de royalties pra culinarista responsável,
que é ninguém menos que Filomela.
Dionisos errou no corante e as garrafas do seu vinho ficaram azuis,
não podia perder o investimento, exportou assim mesmo.
Diz que faz um sucesso louco
As Musas estão fazendo coro em Glee.
Phebo montou franquias em todas as plagas onde se alugam charretes.
Estava indo bem mas o sucesso veio quando fez sociedade com Pégaso,
Unicórnio e o centauro Kiron.
Amaltéia é embaixadora da Unicef viajando o mundo pra arrecadar fundos pra infância desamparada.
Dão o maior Ibope suas palestras sobre amamentação.
Archimedes tem um lucrativo negócio de coroas, pra misses, reis, bailes à fantasia,
tem se esmerado nas tiaras.e está derivando pros pentes à espanhola,
espetos de gueixa, ramonas pra chignons, fivelas...
tende a crescer mas ainda é bico pra complementar o seu salário
de chefe do DNER na fiscalização de balanças nas estradas.
Narciso está badaladísimo desenhando espelhos pra Baccarat.
Ártemis montou uma ong em defesa das corças e entrou para o Green Peace.
A premiação do Tragos será ao vivo, com tradução simultânea, e comentários do Rubens Ewald.
Athena tem feito belos chapéus de casamento e se mantém com isso e ,
treinando corujas pros filmes do Harry Poter
Dizem as mas línguas que ela está amasiada com um general do exército
pra quem ela assopra estratégias de guerra..
O general vende pro mundo inteiro
e racha os dividendos das ações do armamento e material de apoio com ela e Ares,
que é quem tem as manhas da arte da guerra.
Este andou publicando um livrinho sob pseudônimo que foi best seller.
O Minotauro teve participação especial em "Crepúsculo"
Epicuro, coitado, tá fumando maconha medicamentosa pra sedar as dores,
mas montou uma bela rede de ensino, a Peripatética, com venda de apostilas
cursos de línguas e computação.
Parece que no ano que vem ele vai pedir o registro de universidade.
O Sócrates fez plástica, implantou cabelo, oferece consultoria motivacional
nas empresas, escreve livros de auto-ajuda, tais como: Inteligência Maiêutica,
Cura pela Maiêutica, Maiêutica e Destino, Pare de Sofrer com a Maiêutica...
Safo montou um resort chiquíssimo na Ilha de Lesbos recebendo grupos de terapia de casais homoeróticos
e alugando pra eventos da "Caras"
Eros montou um curso de arco e flecha que vende pras empresas pra dar um up grade no moral dos executivos.
Afrodite é modelo e manequim. A mais requisitada pra qualquer grande evento em Paris, Milão, Noviorque.
Perseu e Neptólemo montaram agencias de segurança patrimonial por todos os países, com treinamento requintado e asceclas do mais alto padrão.
Ulisses tem uma agência de viagem a "Turismo Ática", em sociedade com Posídon
que ainda cuida da parte artística agenciando as sereias, os golfinhos, as nereidas, promovendo espetáculos aquáticos e campeonatos de surfe, e concursos de dança com ênfase no ragae e calipso.
O cavalo de Tróia é alugado e reciclado todos os anos por Helena, que é uma das carnavalescas mais importantes do Sambódromo e da Sapucaí e ainda faz umas incursões no Boi de Parintins, devidamente corneado é claro. Pra parecer com um bovino, ó pá! não tem nada a ver com a Helena.
Êta gente fofoqueira...
Demóstenes oferece consutoria em fonoaudiologia e, se não me engano, até um rei ele curou de gagueira.
Péricles foi pego no Parthenon fumando com uma estagiária. Deu um buchicho danado
Diógenes saiu do barril. Encontrou seu homem sincero.
foi mais ou menos assim! até já!
a revelação das consequências da crise financeira
pela qual a Grécia está passando.
Algumas pessoas queridas me pediram pra dar a minha abalizada versão dos fatos.
Lá vai:
Perseu montou uma firma de segurança com Belerofonte.Cuidam só de celebridades.
Hefesto tá usando umas alavancas na perna pra deixar de mancar,
vende jóias pelo leilão da TV, junto com Hades que vende suas esculturas
em tamanho natural, da sua representativa fase "Quem mandou olhar pra tras?"
Os dois têm ainda um negócio não muito lícito, de contrabando de armas brancas
e convenceram Penélope e Procne a vender pela mídia televisiva, suas tapeçarias.
Zeus com problemas de manutenção do Olimpo,
montou alí um "sujinho" em sociedade com Hebe e Ganimedes,
que exigiram que fosse porquilo pra não servirem as mesas.
e já estão franqueando a marca, que pega pela ironia.
Hermes tem franquias de Fedex, Sedex e similares,
uma transportadora de carga internacinal com aviões próprios
e com containeres em navios e tudo.
Aquiles não via resolvido seu trauma do calcanhar,
Atlas que morria de dores nas costas,
Prometeu por causa do fígado
e Tirésias que precisava de córneas
juntaram-se a Asclépio e meteram um processo milionário no seguro saúde.
Vivem de renda, velejando pelo Egeu.
Hipócrates é chefe de pesquisa de medicamentos da Shering.
Hércules perdeu seus doze trabalhos e com Teseu montou academias de ginástica treinando levantadores de peso para competições internacionais. Seus pupilos vencem todas.
Démeter está trabalhando pra Monsanto em pesquisa de transgênicos.
Perséfone montou um inferninho no Hades que tá bombando.
A Nestlé somou aos seus congelados um ragú
e paga uma grana alta de royalties pra culinarista responsável,
que é ninguém menos que Filomela.
Dionisos errou no corante e as garrafas do seu vinho ficaram azuis,
não podia perder o investimento, exportou assim mesmo.
Diz que faz um sucesso louco
As Musas estão fazendo coro em Glee.
Phebo montou franquias em todas as plagas onde se alugam charretes.
Estava indo bem mas o sucesso veio quando fez sociedade com Pégaso,
Unicórnio e o centauro Kiron.
Amaltéia é embaixadora da Unicef viajando o mundo pra arrecadar fundos pra infância desamparada.
Dão o maior Ibope suas palestras sobre amamentação.
Archimedes tem um lucrativo negócio de coroas, pra misses, reis, bailes à fantasia,
tem se esmerado nas tiaras.e está derivando pros pentes à espanhola,
espetos de gueixa, ramonas pra chignons, fivelas...
tende a crescer mas ainda é bico pra complementar o seu salário
de chefe do DNER na fiscalização de balanças nas estradas.
Narciso está badaladísimo desenhando espelhos pra Baccarat.
Ártemis montou uma ong em defesa das corças e entrou para o Green Peace.
A premiação do Tragos será ao vivo, com tradução simultânea, e comentários do Rubens Ewald.
Athena tem feito belos chapéus de casamento e se mantém com isso e ,
treinando corujas pros filmes do Harry Poter
Dizem as mas línguas que ela está amasiada com um general do exército
pra quem ela assopra estratégias de guerra..
O general vende pro mundo inteiro
e racha os dividendos das ações do armamento e material de apoio com ela e Ares,
que é quem tem as manhas da arte da guerra.
Este andou publicando um livrinho sob pseudônimo que foi best seller.
O Minotauro teve participação especial em "Crepúsculo"
Epicuro, coitado, tá fumando maconha medicamentosa pra sedar as dores,
mas montou uma bela rede de ensino, a Peripatética, com venda de apostilas
cursos de línguas e computação.
Parece que no ano que vem ele vai pedir o registro de universidade.
O Sócrates fez plástica, implantou cabelo, oferece consultoria motivacional
nas empresas, escreve livros de auto-ajuda, tais como: Inteligência Maiêutica,
Cura pela Maiêutica, Maiêutica e Destino, Pare de Sofrer com a Maiêutica...
Safo montou um resort chiquíssimo na Ilha de Lesbos recebendo grupos de terapia de casais homoeróticos
e alugando pra eventos da "Caras"
Eros montou um curso de arco e flecha que vende pras empresas pra dar um up grade no moral dos executivos.
Afrodite é modelo e manequim. A mais requisitada pra qualquer grande evento em Paris, Milão, Noviorque.
Perseu e Neptólemo montaram agencias de segurança patrimonial por todos os países, com treinamento requintado e asceclas do mais alto padrão.
Ulisses tem uma agência de viagem a "Turismo Ática", em sociedade com Posídon
que ainda cuida da parte artística agenciando as sereias, os golfinhos, as nereidas, promovendo espetáculos aquáticos e campeonatos de surfe, e concursos de dança com ênfase no ragae e calipso.
O cavalo de Tróia é alugado e reciclado todos os anos por Helena, que é uma das carnavalescas mais importantes do Sambódromo e da Sapucaí e ainda faz umas incursões no Boi de Parintins, devidamente corneado é claro. Pra parecer com um bovino, ó pá! não tem nada a ver com a Helena.
Êta gente fofoqueira...
Demóstenes oferece consutoria em fonoaudiologia e, se não me engano, até um rei ele curou de gagueira.
Péricles foi pego no Parthenon fumando com uma estagiária. Deu um buchicho danado
Diógenes saiu do barril. Encontrou seu homem sincero.
foi mais ou menos assim! até já!
domingo, 20 de novembro de 2011
11.222
Outro número legal, foi esse negócio de lidar com essas incidências que me fez pensar no Galton e no Gauss.
A História Sem Fim
Eu trabalhava muitíssimo nesse tempo,
durante o dia numa clínica, algumas noites noutra
e ainda dava plantão numa maternidade nos finais de semana.
Ah! e traduzia uns folders pra uma fábrica
e era a redatora de trabalhos e pesquisas de uma faculdade.
Uma tarde resolvemos gazetear:
Fal, que nesse tempo era Fabia,
Pedrão que era Pedrão mesmo
e Stra, que sempre foi Marcelo Estraviz
(mas ele era da galera; chegou perto a gente apelida)
fomos pro cinema Gazeta,
nome apropriadíssimo considerando o que estávamos fazendo naquela tarde.
Era um programa que eu podia bancar pra mim e pra garotada.
Fomos assistir à "A História Sem Fim".
Começando pelo começo,
o autor se chama Michael Ende, claro que tem que aparecer um "fim" no que ele escreve...
Eu levava alguma felicidade de pacotinho: bala de goma, Bis, uva passa...
Distribuí pra minha turminha o que eles preferiam, e o filme começou.
.
As crianças ficaram caladíssimas mesmo quando perdiam algum lance,
isso não era de estranhar, eles estavam acostumados a assistir de um tudo,
de concertos eruditos a pastelão de circo e a respeitar, mesmo que não apreciassem o espetáculo.
Quando acabou o filme eles tinham tantas perguntas...
Era um tempo em que eu já estava muito pobre e era preciso fazer os programas renderem bastante.
Eu não tinha como oferecer muitos prazeres pros meus filhos.
Entramos numa lanchonete, pedi refri prá todo mundo.
Chegou a noite e ainda estávamos convesando sobre o filme,
encontrando nele a teoria Junguiana que eu fui capaz de sacar,
eu explicando pra meninada o que queria dizer tal cena,
uma certa fala, ou aquela imagem...
Eu estava com a corda toda porque eles estavam se divertindo!
A Susan Sontag que me perdoe mas
interpretação é uma das grandes alegrias mentais de que podemos desfrutar
Tendo em vista que, como diz Caymi, o tempo muda e o vento virou,
os circunstantes desse episódio me pediram pra fazer o mesmo exercício interpretativo 'tra veis.
Estou convidando.
Quem quiser que participe, mas vai ter que ler o livro (e ver o filme, se encontrar)
Até já!
durante o dia numa clínica, algumas noites noutra
e ainda dava plantão numa maternidade nos finais de semana.
Ah! e traduzia uns folders pra uma fábrica
e era a redatora de trabalhos e pesquisas de uma faculdade.
Uma tarde resolvemos gazetear:
Fal, que nesse tempo era Fabia,
Pedrão que era Pedrão mesmo
e Stra, que sempre foi Marcelo Estraviz
(mas ele era da galera; chegou perto a gente apelida)
fomos pro cinema Gazeta,
nome apropriadíssimo considerando o que estávamos fazendo naquela tarde.
Era um programa que eu podia bancar pra mim e pra garotada.
Fomos assistir à "A História Sem Fim".
Começando pelo começo,
o autor se chama Michael Ende, claro que tem que aparecer um "fim" no que ele escreve...
Eu levava alguma felicidade de pacotinho: bala de goma, Bis, uva passa...
Distribuí pra minha turminha o que eles preferiam, e o filme começou.
.
As crianças ficaram caladíssimas mesmo quando perdiam algum lance,
isso não era de estranhar, eles estavam acostumados a assistir de um tudo,
de concertos eruditos a pastelão de circo e a respeitar, mesmo que não apreciassem o espetáculo.
Quando acabou o filme eles tinham tantas perguntas...
Era um tempo em que eu já estava muito pobre e era preciso fazer os programas renderem bastante.
Eu não tinha como oferecer muitos prazeres pros meus filhos.
Entramos numa lanchonete, pedi refri prá todo mundo.
Chegou a noite e ainda estávamos convesando sobre o filme,
encontrando nele a teoria Junguiana que eu fui capaz de sacar,
eu explicando pra meninada o que queria dizer tal cena,
uma certa fala, ou aquela imagem...
Eu estava com a corda toda porque eles estavam se divertindo!
A Susan Sontag que me perdoe mas
interpretação é uma das grandes alegrias mentais de que podemos desfrutar
Tendo em vista que, como diz Caymi, o tempo muda e o vento virou,
os circunstantes desse episódio me pediram pra fazer o mesmo exercício interpretativo 'tra veis.
Estou convidando.
Quem quiser que participe, mas vai ter que ler o livro (e ver o filme, se encontrar)
Até já!
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
quem olha o mito...
Aquilo que não é compreendido escapa do controle e pode passar a dominar.
Tudo o que se manifesta criando estranhamento, todo o imponderável,
é aceito como hierofania: tanto pode ser benção quanto maldição;
pode ser dos diabos ou celestino,
está acordado no entanto que é uma interveniência do sagrado na vidinha dos mortais.
A pedra que rachou ao meio por causa da queda de um raio,
a única árvore que sobreviveu à tempestade,
o animal ou humano albino,
o sujeito com qualquer talento fora do comum,
a moça extravagantemente bela,
a fruta com a cara do Nixon, ou que secou sem apodrecer...
Qualquer aspecto extraordinário na condição humana,
no ambiente conhecido, na rotina,
nos fatos determinantes da vida, nascimento, casamento, morte,
merecem rituais que garantem a boa vontade sagrada,
ganhando status de hierofania.
Expressão divina ou demoníaca, no mundo profano
As manifestações dos deuses devem ser aceitas embora não compreendidas.
Não estou falando do mundo pré histórico ou medieval,
nem de grupos mais afastados geograficamente,
de qualquer cultura que se tenha cristalizado...
Falo do que ocorre hoje em dia, já adentrados na segunda década do século XXI.
Cada vez que nasce um semelhante desigual a comunidade sofre um sobressalto.
Se atinarmos que o mundo é organizado pros normais,
que os excepcionais atrapalham,
fica assentado que o diferente é disfuncional,
sobra o medo atávico de ter uma diferença,
atribuida à onipotência dos diferentes panteões
e é expresso por:
"os deuses determinaram; os deuses sabem o que fazem;
é uma benção na minha vida; é um castigo justo;
eu não merecia essa punição...''
e vai por aí!
E porque os panteões estão sempre instalados nas alturas,
as decisões são sempre tomadas pelos superiores, os supremos, os do alto,
é assim que ajeitamos as coisas, pra não atribuir culpa
aos envolvidos pela desgraça da diferença.
Só pra lembrar: graça é a ponte de comunicação entre o sagrado e o humano,
cair em desgraça portanto é ter esse caminho fechado.
Voltemos pros normais.
Normal é o miolo da curva de Gauss, (um conceito adquirido no ginasial)
Significa que o ápice da curva ascendente
indica que a queda é iminente. .
Não quer dizer que no restante da parábola não haja exemplares,
do que quer que estejamos classificando,
distribuidos por toda a tragetória da tal curva.
Em bom português, normal é vulgar, comum, corriqueiro, ordinário, numeroso, sem novidade, sem especialidade.
O normal é normal.
Não tem muita possibilidade de alterar a ordem das coisas.
até já!
Tudo o que se manifesta criando estranhamento, todo o imponderável,
é aceito como hierofania: tanto pode ser benção quanto maldição;
pode ser dos diabos ou celestino,
está acordado no entanto que é uma interveniência do sagrado na vidinha dos mortais.
A pedra que rachou ao meio por causa da queda de um raio,
a única árvore que sobreviveu à tempestade,
o animal ou humano albino,
o sujeito com qualquer talento fora do comum,
a moça extravagantemente bela,
a fruta com a cara do Nixon, ou que secou sem apodrecer...
Qualquer aspecto extraordinário na condição humana,
no ambiente conhecido, na rotina,
nos fatos determinantes da vida, nascimento, casamento, morte,
merecem rituais que garantem a boa vontade sagrada,
ganhando status de hierofania.
Expressão divina ou demoníaca, no mundo profano
As manifestações dos deuses devem ser aceitas embora não compreendidas.
Não estou falando do mundo pré histórico ou medieval,
nem de grupos mais afastados geograficamente,
de qualquer cultura que se tenha cristalizado...
Falo do que ocorre hoje em dia, já adentrados na segunda década do século XXI.
Cada vez que nasce um semelhante desigual a comunidade sofre um sobressalto.
Se atinarmos que o mundo é organizado pros normais,
que os excepcionais atrapalham,
fica assentado que o diferente é disfuncional,
sobra o medo atávico de ter uma diferença,
atribuida à onipotência dos diferentes panteões
e é expresso por:
"os deuses determinaram; os deuses sabem o que fazem;
é uma benção na minha vida; é um castigo justo;
eu não merecia essa punição...''
e vai por aí!
E porque os panteões estão sempre instalados nas alturas,
as decisões são sempre tomadas pelos superiores, os supremos, os do alto,
é assim que ajeitamos as coisas, pra não atribuir culpa
aos envolvidos pela desgraça da diferença.
Só pra lembrar: graça é a ponte de comunicação entre o sagrado e o humano,
cair em desgraça portanto é ter esse caminho fechado.
Voltemos pros normais.
Normal é o miolo da curva de Gauss, (um conceito adquirido no ginasial)
Significa que o ápice da curva ascendente
indica que a queda é iminente. .
Não quer dizer que no restante da parábola não haja exemplares,
do que quer que estejamos classificando,
distribuidos por toda a tragetória da tal curva.
Em bom português, normal é vulgar, comum, corriqueiro, ordinário, numeroso, sem novidade, sem especialidade.
O normal é normal.
Não tem muita possibilidade de alterar a ordem das coisas.
até já!
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
11111
Mó legal!
.
Chegamos à repetitiva cifra de 11.111, graças às atenciosas leituras de vocês.
Estou gostando muito de brincar com essas cabalices numéricas...
Até já!
.
Chegamos à repetitiva cifra de 11.111, graças às atenciosas leituras de vocês.
Estou gostando muito de brincar com essas cabalices numéricas...
Até já!
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Tirésias
Era uma vez um menininho chamado Tirésias.
A mãe dele era a ninfa Cáriclo e seu pai se chamava Everes.
Não ha nada que os destaque no panteão senão o fato de serem pais do Tirésias.
Lá pelo início da puberdade ele estava flanando por um campo quando,
sem mais aquela, ele separa um casal de serpentes enroscadas, transando e mata a fêmea.
Imediatamente ele é transformado em mulher
Por vários anos ele é uma moça e vive sob essa identidade.
"Meu nome é Tirésias, mas pode me chamar de Tirésias..."
É verdade que tem gente à bessa que não se apropria muito de
qual é a sua, no início da sua carreira namoradora...
Tirésias portanto, não é excessão.
Já mais avançado na juventude, Tirésias está subindo uma colina
quando encontra um par de cobras copulando e desfaz o par, de novo.
Mata a fêmea de novo e volta à sua forma original, de rapaz, como fora um dia.
Desta vez ele matou a cobra e mostrou o pau.
Numa noite rotineira no Olimpo, durante o jantar, lá estão Zeus e Hera
numa briga dos diabos, digo; dos deuses,
por conta de um assunto de relevante importãncia:
quem tem mais prazer durante o sexo, o homem ou a mulher?
Como ninguém chega a qualquer entendimento,
por ter vivido sob os dois gêneros sexuais,
é chamado Tirésias pra desempatar a questão.
Ele é definitivo, se o prazer sexual fosse fracionado em dez partes,
a mulher obteria nove dessas fatias e o homem uma só.
Claro que todo mundo cre que a Hera se envaideceria com essa resposta
porque ela poderia esfregar no nariz do Zeus a superioridade sexual feminina...
Nada! ela fica danada da vida.
O Tirésias cometera dois pecados: primeiro revelando um segredo.
A sexualidade feminina deveria ser mantida envolta em véus,
disfarçada e passível de ser esgrimida ao bel prazer (literalmente) da usuária;
segundo pecado, ao contrário do que se pode pensar de imediato
essa declaração exibe a mulher muito dependente do homem para receber todo esse festejo físico,
o que confirma a superioridade masculina.
Zangadíssima que fica com a indiscrição do Tirésias
a deusa tira-lhe a luz do olhar.
Tirésias é tornado cego.
Cáriclo se insurge contra o tremendo castigo imposto ao filho
e carrega nos adjetivos depreciativos contra a deusa, braços erguidos, mãos cerradas, pronta pro ataque.
Hera num passinho atrás, compensa Tirésias dando a ele
o dom de advinhar, com precisão e requinte, o presente, o passado e o futuro.
O cego Tirésias é tornado vidente embora continue sem enxergar.
Foi assim... Até já!
A mãe dele era a ninfa Cáriclo e seu pai se chamava Everes.
Não ha nada que os destaque no panteão senão o fato de serem pais do Tirésias.
Lá pelo início da puberdade ele estava flanando por um campo quando,
sem mais aquela, ele separa um casal de serpentes enroscadas, transando e mata a fêmea.
Imediatamente ele é transformado em mulher
Por vários anos ele é uma moça e vive sob essa identidade.
"Meu nome é Tirésias, mas pode me chamar de Tirésias..."
É verdade que tem gente à bessa que não se apropria muito de
qual é a sua, no início da sua carreira namoradora...
Tirésias portanto, não é excessão.
Já mais avançado na juventude, Tirésias está subindo uma colina
quando encontra um par de cobras copulando e desfaz o par, de novo.
Mata a fêmea de novo e volta à sua forma original, de rapaz, como fora um dia.
Desta vez ele matou a cobra e mostrou o pau.
Numa noite rotineira no Olimpo, durante o jantar, lá estão Zeus e Hera
numa briga dos diabos, digo; dos deuses,
por conta de um assunto de relevante importãncia:
quem tem mais prazer durante o sexo, o homem ou a mulher?
Como ninguém chega a qualquer entendimento,
por ter vivido sob os dois gêneros sexuais,
é chamado Tirésias pra desempatar a questão.
Ele é definitivo, se o prazer sexual fosse fracionado em dez partes,
a mulher obteria nove dessas fatias e o homem uma só.
Claro que todo mundo cre que a Hera se envaideceria com essa resposta
porque ela poderia esfregar no nariz do Zeus a superioridade sexual feminina...
Nada! ela fica danada da vida.
O Tirésias cometera dois pecados: primeiro revelando um segredo.
A sexualidade feminina deveria ser mantida envolta em véus,
disfarçada e passível de ser esgrimida ao bel prazer (literalmente) da usuária;
segundo pecado, ao contrário do que se pode pensar de imediato
essa declaração exibe a mulher muito dependente do homem para receber todo esse festejo físico,
o que confirma a superioridade masculina.
Zangadíssima que fica com a indiscrição do Tirésias
a deusa tira-lhe a luz do olhar.
Tirésias é tornado cego.
Cáriclo se insurge contra o tremendo castigo imposto ao filho
e carrega nos adjetivos depreciativos contra a deusa, braços erguidos, mãos cerradas, pronta pro ataque.
Hera num passinho atrás, compensa Tirésias dando a ele
o dom de advinhar, com precisão e requinte, o presente, o passado e o futuro.
O cego Tirésias é tornado vidente embora continue sem enxergar.
Foi assim... Até já!
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Cabalístico...
Quase ao mesmo tempo que se deu o 11/11/11 deu-se o 011.011
Acho que está havendo conjuminação dos astros,
centralização do meio do céu,
paralelização dos planetas ou qualquer coisa semelhante.
O que importa é que o blog vai que vai
navegando por mares nunca dantes,
velas pandas rumo ao futuro.
Até já!
Acho que está havendo conjuminação dos astros,
centralização do meio do céu,
paralelização dos planetas ou qualquer coisa semelhante.
O que importa é que o blog vai que vai
navegando por mares nunca dantes,
velas pandas rumo ao futuro.
Até já!
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Propósitos
Prometeu era do panteão dos deuses a que pertenciam Zeus, Démeter, Mnemosine.
Ele prismava os humanos sob lentes diferentes das dos demais deuses.
Ele acreditava que a humanidade deveria ser independente,
e decidiu dar aos homens o fogo,
para o qual poderiam inventar uma porção de usos,
além de aquecer-se e de obviamente,
mantê-lo aceso para homenagear os Olímpicos.
Zeus fica furibundo com essa iniciativa.
O fogo era apanágio do divino,
os mortais não deveriam nunca se apropriar dessa mágica.
Prometeu é acorrentado à uma pedra, em decúbito dorsal,
braços abertos para o Cáucaso,
pra facilitar o acesso dos abutres ao seu fígado
que seria bicado pelas aves e cresceria de novo,
e de novo beliscado, crescendo outra vez..
É da natureza dos fígados se refazerem
até o amargo fim, a não ser quando estão com cirrose...
Ele é condenado a viver esse castigo eternamente.
Até que Hércules acorreu em seu resgate...
O que me alegra é que Hércules salva Prometeu,
aquele mesmo que era um herói e não um deus.
Os outros deuses não vieram em defesa
do deus da providência.
São sempre rejeitados, os semelhantes
de quem não se reconhece
os princípios, os métodos, as crenças.
Foi assim... Até já! (11/11/11)
Ele prismava os humanos sob lentes diferentes das dos demais deuses.
Ele acreditava que a humanidade deveria ser independente,
e decidiu dar aos homens o fogo,
para o qual poderiam inventar uma porção de usos,
além de aquecer-se e de obviamente,
mantê-lo aceso para homenagear os Olímpicos.
Zeus fica furibundo com essa iniciativa.
O fogo era apanágio do divino,
os mortais não deveriam nunca se apropriar dessa mágica.
Prometeu é acorrentado à uma pedra, em decúbito dorsal,
braços abertos para o Cáucaso,
pra facilitar o acesso dos abutres ao seu fígado
que seria bicado pelas aves e cresceria de novo,
e de novo beliscado, crescendo outra vez..
É da natureza dos fígados se refazerem
até o amargo fim, a não ser quando estão com cirrose...
Ele é condenado a viver esse castigo eternamente.
Até que Hércules acorreu em seu resgate...
O que me alegra é que Hércules salva Prometeu,
aquele mesmo que era um herói e não um deus.
Os outros deuses não vieram em defesa
do deus da providência.
São sempre rejeitados, os semelhantes
de quem não se reconhece
os princípios, os métodos, as crenças.
Foi assim... Até já! (11/11/11)
desde M.M.D.C.A.
Há a possibilidade ainda de alterar as coisas e marcar sua passagem pela várzea do Pinheiros...
Há como sair da mesmidade e revelar o original.
Há como perdurar e fincar mourões,
num mundo de reconhecimentos fugazes e superficiais.
Há como mostrar insatisfação sem pecar por excesso,
sem extrapolar na irregularidade,
sem mostrar inépcia,
nem revelar ingenuidade,
nem exibir desamparo,
sem provocar desespero...
Há como não queimar as pontes,
não quebrar as lanças, não quebrar a cara...
Há como evitar as cacetadas,
como não se expor às injúrias,
não ouriçar a zanga da turba ignara..
.
Sei que há, deve haver um jeito,
Há uma forma de tornar tudo melhor, que não é narcísica,
embora isto seja contradição em termos.
Há como deixar em relêvo, no painel do comportamento, o gen altruista,
e compartilhar as bênçãos.
De preferência sem dor.
sem topar nos entraves,
sem as rasteiras que derrubam,
ou o medo das consequências,
nem o engodo dos sofismas,
impedindo a distorção dos enunciados,
não se arremessando aos vícios dos capitais...
Um C.Q.D. limpo e direto,
em que tese e hipótese coincidam,
em que as angulações, planos e curvas estejam claros, precisos, alcançáveis.
Eu não sei dizer como,
Eu não sei como,
Eu não sei, não...
até já!
Há como sair da mesmidade e revelar o original.
Há como perdurar e fincar mourões,
num mundo de reconhecimentos fugazes e superficiais.
Há como mostrar insatisfação sem pecar por excesso,
sem extrapolar na irregularidade,
sem mostrar inépcia,
nem revelar ingenuidade,
nem exibir desamparo,
sem provocar desespero...
Há como não queimar as pontes,
não quebrar as lanças, não quebrar a cara...
Há como evitar as cacetadas,
como não se expor às injúrias,
não ouriçar a zanga da turba ignara..
.
Sei que há, deve haver um jeito,
Há uma forma de tornar tudo melhor, que não é narcísica,
embora isto seja contradição em termos.
Há como deixar em relêvo, no painel do comportamento, o gen altruista,
e compartilhar as bênçãos.
De preferência sem dor.
sem topar nos entraves,
sem as rasteiras que derrubam,
ou o medo das consequências,
nem o engodo dos sofismas,
impedindo a distorção dos enunciados,
não se arremessando aos vícios dos capitais...
Um C.Q.D. limpo e direto,
em que tese e hipótese coincidam,
em que as angulações, planos e curvas estejam claros, precisos, alcançáveis.
Eu não sei dizer como,
Eu não sei como,
Eu não sei, não...
até já!
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Mea Culpa
Eu não fiz um bom trabalho.
Os deuses sabem que eu tentei, eu me empenhei mesmo.
Eu queria que eles fossem felizes, conscientes, realizadores, amados e amantes em todas as possibilidades que se apresentassem; dos romances às revoluções, sob as probabilidades estatísticas favoráveis.
Queria que eles vissem o mundo, não com os olhos particulares de um momento, de um episódio, de um indivíduo, por mais inspiradores que fossem o objeto ou o sujeito...
Eu os queria capazes de alcançar o universal, o infinito, o imemorial...
Eu os queria fortes e ousados.
Que chegassem às camadas mais profundas da escavação. Ao princípio de tudo. Ao amanhecer.
Ao inaugural.
Eu não lhes dei o sentido. Esse, eram eles que deviam buscar.
Eu não lhes dei as conclusões. Eram as questões que deviam imperar.
Eu não lhes dei a coragem. Já me havia acovardado e eles seguiram meu exemplo.
Funesto modelo que fui.
Foi lhes oferecido um retiro macio e morno.
Eles não deixaram seu conforto pra olhar o mundo.
Talvez tivessem achado significado, buscado respostas, razões pra luta.
Talvez se tivessem posto de pé.
Talvez constituissem seus símbolos
Quem sabe no fundo, no fundo, lá no fundo tivessem encontrado meu olhar
e não se vissem nele, mas vislumbrassem um lugar possível,
um desejo genuíno, uma razão legítima.
Eu lhes peço perdão. Não lhes ensinei o caminho das pedras.
Não lhes decodifiquei o mapa da mina.
Não lhes indiquei uma vereda pra encontrar o templo.
Não lhes confiei ritos para conservar.
Não lhes ensinei as mezinhas, não benzi suas cabeças, não honrei meus pais.
Até já...
Os deuses sabem que eu tentei, eu me empenhei mesmo.
Eu queria que eles fossem felizes, conscientes, realizadores, amados e amantes em todas as possibilidades que se apresentassem; dos romances às revoluções, sob as probabilidades estatísticas favoráveis.
Queria que eles vissem o mundo, não com os olhos particulares de um momento, de um episódio, de um indivíduo, por mais inspiradores que fossem o objeto ou o sujeito...
Eu os queria capazes de alcançar o universal, o infinito, o imemorial...
Eu os queria fortes e ousados.
Que chegassem às camadas mais profundas da escavação. Ao princípio de tudo. Ao amanhecer.
Ao inaugural.
Eu não lhes dei o sentido. Esse, eram eles que deviam buscar.
Eu não lhes dei as conclusões. Eram as questões que deviam imperar.
Eu não lhes dei a coragem. Já me havia acovardado e eles seguiram meu exemplo.
Funesto modelo que fui.
Foi lhes oferecido um retiro macio e morno.
Eles não deixaram seu conforto pra olhar o mundo.
Talvez tivessem achado significado, buscado respostas, razões pra luta.
Talvez se tivessem posto de pé.
Talvez constituissem seus símbolos
Quem sabe no fundo, no fundo, lá no fundo tivessem encontrado meu olhar
e não se vissem nele, mas vislumbrassem um lugar possível,
um desejo genuíno, uma razão legítima.
Eu lhes peço perdão. Não lhes ensinei o caminho das pedras.
Não lhes decodifiquei o mapa da mina.
Não lhes indiquei uma vereda pra encontrar o templo.
Não lhes confiei ritos para conservar.
Não lhes ensinei as mezinhas, não benzi suas cabeças, não honrei meus pais.
Até já...
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