sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Oh,oh,oh e uma garrafa de run

E veio o véio Zé de guerra...

Claro! Chegou às onze e pouco,
muito além do horário em que era esperado.

Apanhou as sacas de livros
e jogou no cangote cada uma delas.

Foi lampeirinho levar prá escolher, separar, entesourar.
Parecia mesmo um pirata e sua arca.

Ele adora roupas. Fica com todas. Usa todas.
Especialmente as que ficam bem largas.
E meias. Ele as prefere escuras e bem longas e usa com bermudas.

O que ele considera vendável ele leva prum sebo aqui perto.

Papéis, velhos cadernos e quejandos ele vende por peso,
pro sucateiro da esquina da rua Emboabas.

Quando o fígado dele não está tão curtido ele entra em parafuso.

Ele pede cachaça prá Célia, ele me pede doces
e nem a brama gelada dá conta de acalmá-lo.

Ele fala sozinho num monólogo cheio de exclamações e intenções,
enquanto carrega areia, cimento, livros ensacados, pedras...

Ele precisa fazer muita força.

É necessário muito cansaço pra suportar
seus desvairios, a solidão,
a faina, o destino e a abstenção...

É indispensável muita bravura pra aguentar-se sóbrio.

                            Até já!

4 comentários:

  1. "É indispensável muita bravura pra aguentar-se sóbrio." Pura literatura, soco no estômago.

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  2. Olá Heloísa de todos os amores,
    Obrigada! Ora por quem sois!

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  3. sem dúvida que é.
    adorei os posts do zé :D

    Bjo

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  4. Olá Isa Alecrim, E você bem que sabe que o Zé é isso aí ó Pá!

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Olá, deixe seu recado para mim :o) Um beijo, Maliu