E veio o véio Zé de guerra...
Claro! Chegou às onze e pouco,
muito além do horário em que era esperado.
Apanhou as sacas de livros
e jogou no cangote cada uma delas.
Foi lampeirinho levar prá escolher, separar, entesourar.
Parecia mesmo um pirata e sua arca.
Ele adora roupas. Fica com todas. Usa todas.
Especialmente as que ficam bem largas.
E meias. Ele as prefere escuras e bem longas e usa com bermudas.
O que ele considera vendável ele leva prum sebo aqui perto.
Papéis, velhos cadernos e quejandos ele vende por peso,
pro sucateiro da esquina da rua Emboabas.
Quando o fígado dele não está tão curtido ele entra em parafuso.
Ele pede cachaça prá Célia, ele me pede doces
e nem a brama gelada dá conta de acalmá-lo.
Ele fala sozinho num monólogo cheio de exclamações e intenções,
enquanto carrega areia, cimento, livros ensacados, pedras...
Ele precisa fazer muita força.
É necessário muito cansaço pra suportar
seus desvairios, a solidão,
a faina, o destino e a abstenção...
É indispensável muita bravura pra aguentar-se sóbrio.
Até já!
"É indispensável muita bravura pra aguentar-se sóbrio." Pura literatura, soco no estômago.
ResponderExcluirOlá Heloísa de todos os amores,
ResponderExcluirObrigada! Ora por quem sois!
sem dúvida que é.
ResponderExcluiradorei os posts do zé :D
Bjo
Olá Isa Alecrim, E você bem que sabe que o Zé é isso aí ó Pá!
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