terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Qualquer maneira de amor

Os ginásios eram as academias gregas
Era ali que acontecia a malhação.

Treinar todas as modalidades esportivas em voga naquele tempo,
exigia, tal como hoje em dia,
constância, um bom personal treiner,
a porção blanceada de mel, azeitona, queijo feta e nozes
e  Nike aos pés
(os tenis não:  a deusa!
que oferece ao ginasta suas bençãos
e lhe garante vitória).

Não havia esteiras
que são aliás o maior paradigma do mundo moderno:
alguém que caminha sem destino, até a exaustão,
por uma estradinha curta sem paisagem,
para chegar a lugar nenhum.

Pois é, como acontece hoje, alí ocorriam enamoramentos.

Os mocinhos,
que mal apresentavam uma penugem leve
sobre as partes pudendas, nas faces e no buço,
eram avaliados pelos cidadãos,

enquanto se exercitavam nús, sobre a areia,
deixando nela a marca dos seus belos corpos
e levando neles  suave camada de
areia sobre o suor e unguentos.

O cidadão grego, o amante, inclinava-se para o jovensinho,
que se tornava seu ascecla, era o amado.

Embora algum mistério se propusesse enlaçando os envolvidos,
era segredo de polichinelo e os pais do ascecla deviam aprovar a parceria.

Em Esparta, os casais se eclipsavam dos olhares intrusos
por cerca de dois meses e voltavam, como se nada houvesse,
ao findar esse prazo..

À boca pequena na  ágora:
"Você viu por quem se inclinou o Cidadão Fulano?" -perguntava um
"Ah mas o rapaz é, mesmo, muito interessante!" -respondia o outro,

O grave era quando o ascecla e o cidadão
queriam prolongar o tempo regulamentar...
A paixão não devia fazer parte desse arranjo.

Para os gregos o pathos (a paixão) era uma forma de doença

O amado, era aquele que não experimenta qualquer reação,
nem física nem emocional.
Durante os conluios,
o amante, inclinava-se, era quem exercia a soberania,
quem exprimia entusiasmo( pleno de deus).

Assim que a penugem começava a se tornar hirsuta
o amado se convertia em amante,
era a vez dele percorrer os ginásios em busca
do ascecla que o tornaria entusiasmado.

Moral e moda tem a mesma raiz etmológica.

                                                          foi assim!     até já...

Um comentário:

Olá, deixe seu recado para mim :o) Um beijo, Maliu